Advogado de Cuiabá usa Maçonaria e é acusado de R$ 14 milhões em golpes

O advogado Samir de Matos, 44 anos, é acusado de aplicar golpes em mais de 70 pessoas, entre advogados, empresários e até médicos em Cuiabá. Juntas, as vítimas teriam sofrido um prejuízo de mais de R$ 16 milhões.

Para atrair as vítimas, Samir se passava por advogado de sucesso e membro da Maçonaria, gerando assim a impressão de ser uma pessoa séria e de confiança. Ao “clientes”, prometia intermediar investimentos lucrativos, mas acabou dando um golpe milionário. 

Somente em dois boletins de ocorrências Samir é acusado de aplicar golpes de mais de R$ 1 milhão em pessoas que fizeram investimentos no mercado financeiro através da empresa Ktrader LTDA-ME, registrada em nome do jurista. Porém, desde o último fim de semana, os registros contra ele aumentaram consideravelmente.

Em uma das denúncias registrada junto à Polícia Judiciária Civil, nesta segunda-feira (21), a vítima é um advogado de 57 anos. Ele descreve que sofreu um prejuízo de mais de R$ 800 mil. 

Segundo informações do boletim de ocorrência, a vítima vinha disponibilizando recursos financeiros para investimento no mercado financeiro, recebendo em contrapartida percentual de 5% de lucratividade ao mês com garantia de que nunca teria prejuízo. As contas onde os valores eram aplicados estavam abertas em nome de Samir, de onde também eram feitos os percentuais devolvidos às vítimas.

A vítima descreveu no registro de ocorrência todos valores e datas das aplicações feitas ao acusado, somando um total de R$ 836.112,20 mil. A contrapartida de rendimento foi realizada até junho de 2021.

Segundo a vítima, o suspeito apresentava inúmeras “desculpas” pelo atraso nos pagamentos, mas nunca deixou de dar satisfações. No entanto, no último domingo (20), a esposa do suspeito informou que o marido havia desaparecido.

Segundo a mulher, o deixou na rodoviária de Presidente Prudente, interior de São Paulo, no sábado (19). Disse ainda que Samir lhe afirmou ter apenas três opções: se matar, ser morto ou desaparecer. 

Ele optou pela última e, após isso, não deu mais notícias. O advogado utilizava o escritório dessa vítima para fechar negócios com os novos investidores.

Porém, ele nega qualquer participação com os golpes e diz que também foi vítima de Samir. Em outro boletim de ocorrência, registrado por uma mulher de 45 anos e seu filho de 29 anos, o valor investido junto à empresa de Samir chega a R$ 250 mil.

A mulher disse que os depósitos à Samir foram feitos em entre abril e outubro de 2021 e que recebeu pagamentos dos percentuais de lucratividade somente em até dezembro. Em contato, o advogado disse estava enfrentando problemas com seu CPF e por isso não passava o percentual dos lucros.

No último dia 20, mãe e filho falaram com a esposa do suspeito, que descreveu os mesmos fatos narrados pela primeira vítima. Um inquérito já foi instaurado pela Polícia Judiciária Civil por meio da Delegacia Especializada de Estelionato e Outras Fraudes de Cuiabá, que está investigando o caso.

O acusado não foi localizado até o momento. Ele teria ficado num resort de luxo neste mês em Chapada dos Guimarães por três dias.

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