Maior produtividade, aumento na qualidade de vida e redução de custos: para muitas empresas e funcionários, a rotina de home office imposta pela quarentena tem se mostrado vantajosa. Um levantamento da consultoria Buildings, especializada mercado imobiliário corporativa, mostram que muitas empresas da cidade de São Paulo abandonaram os escritórios no segundo semestre deste ano. A taxa de vacância, que reflete os espaços vagos em prédios comerciais, subiu de 11,69% do primeiro trimestre para 13,58% nos edifícios de alto padrão. Ao todo, 47 mil metros quadrados foram devolvidos no período.
Apesar da alta nos números, o sócio diretor da Buildings, Fernando Didziakas afirma que não há motivo para preocupação e explica que esse é um movimento comum durante crises econômicas. Para o especialista, ainda é muito cedo para cravar que os impactos da pandemia da Covid-19 vão alterar definitivamente os meios de trabalho.
Gustavo Tavares, gerente geral do Top Employers para as Américas, destaca que a quantidade de empresas que pratica o trabalho remoto deve ser bem maior no pós-pandemia. Os especialistas alertam que, por enquanto, a decisão de abandonar o escritório é recomendada apenas para empresas com problemas financeiros. Mesmo assim, muitas delas já estudam como incorporar o home office à rotina definitivamente. Júlio Moretti, CSO de uma empresa de teleatendimento, afirma que 77% dos 600 colaboradores se dizem satisfeitos com o trabalho remoto.
O Metrô de São Paulo também é uma das empresas que já avisaram aos funcionários que o home office será permanente. Para isso, três dos quatro prédios da companhia, serão desativados – inclusive da Rua Augusta, no centro de São Paulo. Já o edifício que será mantido, também no centro da capital, será remodelado, com ilhas de trabalho rotativas e salas de reuniões. Com isso, o Metrô deve economizar R$ 9 milhões por ano.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini