“Vida que segue”, disse nesta sexta-feira, 17, o vice-presidente Hamilton Mourão sobre a declaração do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que o Exército está se associando a um “genocídio”, ao se referir à crise sanitária no Brasil. “Eu acho que o ministro errou, mas considero que este incidente está superado”, disse o vice à Rádio Gaúcha. Durante a semana, Mourão havia cobrado uma retratação de Gilmar: “se ele tiver grandeza moral, tem de se desculpar”. Na terça-feira, 14, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, acionou um artigo da Lei de Segurança Nacional em representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro. No dia seguinte, em um gesto para apaziguar os ânimos, Gilmar falou por telefone com o ministro interino da Saúde, o general Eduardo Pazuello.
Questionado na entrevista sobre a pandemia do novo coronavírus no Brasil, que, na última quinta, 16, ultrapassou o patamar de 2 milhões de infectados, Mourão elogiou o Sistema Único de Saúde (SUS). “O nosso sistema público de saúde vem dando conta disso. Então é uma grande vitória do SUS e de todos os profissionais que o construíram e que trabalham nele”, disse Mourão.
Meio ambiente
Sob pressão de investidores estrangeiros e empresários brasileiros, Mourão destacou a importância da agenda ambiental para o governo. “A coisa é muito clara. O nosso governo sabe muito bem que a agenda ambiental e a questão da sustentabilidade são temas muito caros ao século 21”, disse o vice. “O governo sabe das suas responsabilidades em manter funcionando plenamente a nossa legislação, o nosso código florestal, que é o mais adiantado do mundo. Nós temos mais de 60% do País com a cobertura vegetal intacta, ou seja, nós somos um exemplo. Mas, infelizmente, desde 2012 para cá, ocorreu um aumento do desmatamento na Amazônia, ano passado esse desmatamento atingiu um nível maior ainda, então compete a nós tomarmos as medidas repressivas necessárias para impedir que isso continue a ocorrer”.
Na área econômica, o vice-presidente Hamilton Mourão falou sobre a discussão em torno da criação de um imposto sobre transações financeiras. Para o vice, “deve ter um fundamento muito claro”. “O ministro Paulo Guedes (Economia) hoje coloca como um substituto da desoneração da folha. Ao desonerar a folha, haveria uma oportunidade muito maior da criação de empregos formais. Eu ainda vejo mais além, que um imposto dessa natureza ele pode ser também utilizado para reforçar o programa de renda mínima, o Renda Brasil, que vem sendo montado pelo governo”, disse Mourão, destacando que a “discussão é dentro do Congresso”.
*Com informações do Estadão Conteúdo