Após quatro dias de reunião, líderes da Europa e União Europeia anunciaram na madrugada desta terça-feira, 21, a criação de um fundo conjunto de 750 bilhões de euros (cerca de 4,8 trilhões de reais) para a reestruturação das economias do bloco, que deverão ter uma queda média de 7,7% neste ano devido a pandemia de coronavírus. Pela primeira vez, os países da UE emitirão títulos conjuntos de dívida, a fim de levantar no mercado o valor necessário para o fundo.
“Acordo!”, publicou no Twitter o presidente do Conselho Europeu, o belga Charles Michel, mais de 90 horas após o início da cúpula, na sexta-feira, 17 de julho. O proposta é menos ambiciosa do que aquela sugerida pela chanceler alemã Angela Merkel e pelo presidente francês Emmanuel Macron, que previa a oferta de 500 bilhões de euros em subsídios aos países-membro do acordo. A fim de estabelecer um consenso entre França e Alemanha e seus principais opositores, Holanda, Áustria, Dinamarca e Suécia, Michel propôs reduzir o subsídio para 390 bilhões de euros, e oferecer os 360 bilhões restantes como empréstimo.
Ao oferecer subsídios, e não apenas empréstimos, o Conselho Europeu previne o aumento das dívidas dos países, como aconteceu na crise financeira de 2008. O valor será reposto a longo prazo por meio de contribuições ao orçamento da União Europeia.