Paçoca, canjica, quentão, milho verde, bolo de fubá, cachorro-quente… As festas juninas e julinas são um verdadeiro mergulho na cultura brasileira, recheadas de tradição, cores, dança e claro, muitos sabores. Além das tradicionais quadrilhas, as cidades mineiras também são palco dos rodeios, com shows, barraquinhas e muita animação. Mas, entre uma festa e outra, é comum que os excessos alimentares se tornem parte do “cardápio”, comprometendo a saúde de quem exagera nas delícias típicas.
Segundo Thaís Klein Pegoraro, nutricionista da Hapvida, o consumo exagerado de comidas e bebidas típicas pode trazer diversas consequências, como aumento do colesterol, ganho de peso, pressão alta, distúrbios digestivos e até inflamações que enfraquecem o sistema imunológico. Ela destaca que a maioria dos pratos tradicionais é rica em açúcar, gordura e sal, e que o segredo está no equilíbrio: comer com consciência, sem abrir mão da tradição.
O alerta da especialista é reforçado por dados recentes do Ministério da Saúde, que mostram que mais de 55% dos brasileiros têm sobrepeso, sendo que 20% estão obesos. O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados e calóricos, principalmente em períodos festivos, é apontado como um dos fatores agravantes. Além disso, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), dietas com alto teor de gordura e açúcar estão diretamente relacionadas ao crescimento de doenças crônicas como hipertensão, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Dá para montar um prato junino saudável?
A resposta é sim. “Comece com um milho verde cozido, que é nutritivo e cheio de fibras. Acrescente uma pequena porção de amendoim natural ou pipoca sem manteiga, e complemente com canjica ou curau preparados com leite desnatado ou vegetal e pouco açúcar. Se possível, inclua uma salada leve para equilibrar”, alerta a nutricionista. Para beber, chá de ervas ou o tradicional quentão com menos açúcar são boas opções.
Entre os alimentos típicos que podem ser consumidos com tranquilidade, estão: milho, pipoca natural, amendoim sem sal, bolos integrais e frutas da estação. “Eles são fontes de energia e nutrientes quando consumidos com moderação. Mesmo o quentão e o vinho quente, por conterem especiarias antioxidantes, podem ser apreciados, desde que sem exageros e intercalados com bastante água”, orienta Thaís.
Para evitar exageros, a dica é simples: não ir à festa com fome. Comer uma refeição leve e nutritiva antes do evento, planejar o que será consumido e ficar atento aos sinais de saciedade são atitudes que ajudam a evitar deslizes. A nutricionista também relembra a importância de comer devagar, aproveitando cada sabor, e a manter-se hidratado ao longo do evento.
Caso o exagero aconteça, ela recomenda focar em alimentos leves e naturais no dia seguinte, como frutas e vegetais, além de beber bastante água para ajudar na eliminação de toxinas. Atividades físicas leves, como caminhadas, também contribuem para a recuperação do organismo. Ficar longos períodos em jejum ou pular refeições, por outro lado, só agrava o mal-estar.
Restrição alimentar? Não precisa ficar de fora
Com pequenas adaptações, pessoas com restrições alimentares também podem participar das festas. Para diabéticos, a dica é substituir o açúcar por adoçantes naturais e evitar alimentos com alto índice glicêmico.
Já os hipertensos devem moderar o sal e dar preferência a preparações mais naturais. Para os celíacos, há alternativas com farinhas sem glúten, como milho, arroz e mandioca. “O importante é estar atento aos ingredientes e evitar contaminação cruzada”, reforça.
Receita saudável: curau de milho light
Thaís também compartilha uma receita deliciosa e nutritiva: o curau de milho light. Feito com leite desnatado ou vegetal, milho fresco, pouco açúcar e amido de milho, o doce mantém o sabor da tradição com menos calorias. “É uma ótima pedida para quem quer aproveitar sem culpa”, sugere.
A nutricionista também lembra que é possível manter o equilíbrio sem abrir mão da celebração. “Provar um pouco de tudo, escolher bem os alimentos e respeitar os limites do corpo são atitudes que fazem toda a diferença. Comer bem também é parte da festa, mas a verdadeira alegria está nos encontros, nas danças e nas memórias que construímos nesses momentos”, finaliza.
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