A indústria têxtil brasileira recuou 21% de janeiro a maio, com queda maior em São Paulo, de 30% na comparação com o mesmo período de 2019. A diminuição é um reflexo da pandemia da Covid-19 e da perda de 17 mil postos de trabalho, e um total de 62 mil no país. O vestuário no varejo paulista recuou 41%. Com isso, para tentar ganhar fôlego no segundo semestre, o presidente do Sinditêxtil São Paulo, Luiz Arthur Pacheco, negocia com o governo do estado a isenção das multas no recolhimento do ICMS e até a postergação do pagamento do imposto.
“Quero acreditar que vai haver um atendimento sim. Não estou falando apenas do setor têxtil, acredito que essa questão do ICMS é para todo mundo, para o comércio, para industria, é para todo mundo. É uma maneira de dar fôlego de caixa para as empresas. Acredito que vai sair alguma coisa”, explica Luiz Arthur Pacheco.
A indústria têxtil foi fortemente atingida pela pandemia da Covid-19, primeiro porque as lojas fechadas, depois porque as famílias elegeram prioridades e, com o avanço da crise, compras de cama, mesa e banho foram adiadas. O presidente do Sinditêxtil, Luiz Arthur Pacheco, lembra que a maioria das empresas do setor são pequenas e o socorro financeiro demorou muito para chegar.
” A gente consegue perceber isso de uma maneira geral. A gente sempre costuma dizer que ninguém está pedindo dinheiro de graça, estamos pedindo para pagar e com juros. Ninguém está pedindo juros de graça, de migalha. Mas alguma coisa que seja compatível com o momento, começando a rodar, mas a velocidade não está adequada”, afirma. A previsão do setor para o fechamento de 2020 passa por uma perda de 15% na produção e 20% no varejo.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos