O ministro da Defesa Fernando de Azevedo enviou representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por declarações sobre a atuação de militares no combate ao coronavírus. Mendes afirmou no último sábado, 11, que o Exército está se associando ao “genocídio”, em referência à crise provocada pela covid-19 e agravada pela falta de um ministro da Saúde titular. A representação deve ser analisada já nos próximos dias, e caso haja indícios de crime ou conduta ilegal na postura do ministro, a PGR pode decidir pelo prosseguimento da investigação. Caso contrário, o caso será arquivado.
Na segunda, Azevedo afirmou que a declaração ‘trata-se de uma acusação grave, além de infundada, irresponsável e sobretudo leviana’. Em nota subscrita pelos comandantes do Exército, general Edson Pujol, da Marinha, almirante Ilques Barbosa Junior, e da Aeronáutica, brigadeiro Antônio Carlos Moretti Bermudez, o ministro afirmou ainda que “o ataque gratuito a instituições de Estado não fortalece a democracia”.
A declaração foi dita durante uma videconferência da revista IstoÉ, quando comentava a ausência de um titular na Saúde. Desde a saída de Nelson Teich, em maio, quando o general Pazuello assumiu como interino, o governo não indicou nenhum nome para a chefia da pasta. É a primeira vez desde 1953 que o ministério fica tanto tempo sem um titular.
* Com Estadão Conteúdo