O estudante de Ciências Contábeis, Filipe Menezes, começou a usar patinetes elétricos compartilhados no fim do ano passado, para ir ao trabalho nos dias de rodízio do carro. Quando opta pelo transporte alternativo para ir de casa, na Berrini, até a empresa, na Faria Lima, o jovem leva metade do tempo que gasta de automóvel. Como Filipe transita em vias que contam com locais próprios para o trânsito de patinetes, ele pretende adquirir o produto e deixar o carro na garagem mais vezes.
Com a doação do meio de transporte alternativo, vias como a avenida paulista, em São Paulo, costumavam ficar cheias de patinetes. No entanto, com a pandemia, as empresas tiraram os compartilhados das ruas, e algumas estão aproveitando para encerrar o serviço em território brasileiro. Embora a demanda seja alta e o patinete traga benefícios para a locomoção, segundo o consultor de mobilidade urbana, Flamínio Fichman, a burocracia explica a desistência das empresas em continuar com os negócios no Brasil. “Eu acho que existe imaturidade das autoridade públicas e do nosso Legislativo em relação a novidades. Precisa ter mais humildade para receber o novo, porque se trata de um novo modo que não polui, que é bom para o ar e para a poluição sonora, porque é elétrico.”
Depois de muita polêmica, o uso dos patinetes elétricos foi regulamentado na capital paulista, com tráfego restrito às ciclovias, a velocidade limitada a 40 quilômetros por hora e o uso de capacete se tornou obrigatório. Entretanto, como explica o presidente da Comissão de Direito Urbanístico e Mobilidade Urbana da OAB de São Paulo, Thiago Tifaldi, as limitações e a falta de malha cicloviária convidativa levaram à queda da procura pelo serviço. Por meio de nota, a Uber explicou que a divisão de micromobilidade Jump se fundiu à gigante Lime e será operada por ela daqui em diante. A Lime, por sua vez, encerrou as atividades no Brasil em janeiro deste ano.
*Com informações da repórter Nanny Cox